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quarta-feira, 24 de setembro de 2008

O vôo da melancolia deprimida


O destino real da vivência, não me faz rir
Beber a perfeição faz-me sofrer
São perfumes dolorosos que só fazem arder
A flor de um amor deprimido.

O poema silvestre do lado de lá
Embalsama ferrugens de um sol sincronizado
Enquanto ares do lado de cá
São apenas o avistar de um lume desafinado.

Despejo em latas uma alma deprimida
Quando ouço um vazio, adejar as palavras
Que no infinito não almejo ouvir
Em restos do alvo horizonte longínquo
Almejo sumir.

Ouço a amplidão de frases esfaqueando
Os lírios do mar que chamo contentamento
Invadindo seios do antigo pensamento
Fazendo da mulher, sua moradia em silencio.

Ouço o aroma calado
Calado, nos seus beijos devo ficar
Mas, mesmo assim, o fogo em seu sorriso está a dominar
Quando não há razões douradas...
Para a vida gostar.

A autêntica reticência da minha face
É prata errante escondida
Prostituta deprimida, dormindo entristecida
Na tarde sem força.

Tenho que nesta sombra contentar-me
Com o frescor que não tenho
E ver
O que não almejo ver.

Carlos Matos

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