Paz, amor, amizade, compaixão, justiça...

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

O sonho de um sonhador que sonhou com uma flor

Na fortuna de uma tarde festiva,
Na esperança de uma tarde colorida,
O contentamento dos dias eram cálidos,
Eu que vivia dias frívolos,
Fitei um ameno olhar que penetrou
O meu pensamento,
E o meu corpo atravessou.

O efeito ao ver aquela imagem paralisante,
Fez com que eu escrevesse
O temor do meu contentamento,
E ao mesmo tempo,
Um aviso mudava o pensamento,
Desta escritura que me deixava
Sem juízo e consternado.

Era o amor de duas belas flores,
Beleza tamanha que me fez sentir,
O tormento vilipendiado,
Do sujeito atribulado,
Com o diverso primor natural,
Carregados por elas,
Sem nenhum breve mal.

Uma delas trilhava a verdade de um caminho,
Em que já residia um dono,
Dormindo puramente seu sono.

Trauteando, a outra despejava,
O doce do seu aroma olente,
Harmoniosa com toda sua candura,
Que a vida lhe dera.

Pintando, o mundo deu-me,
Secretas forças para sonhar,
Delicada gota de esperança alimentar,
De um brando dia dividir,
O furor da alma e construir,
Uma nova estrada com esta flor,
Que brotava no meu magoado jardim,
No alto do seu ardor.

Aos poucos, conhecia,
A polidez honesta desta donzela,
Em vista que era desmedida e assaz,
Para o meu mundo,
Contentar-se em paz.

A cada canto que passava,
Sentia-me mais afortunado,
Com a composição do meu fado,
Estava a reservar-me.

Meu milagroso coração parecia excelso,
Diante da esquivança de uma turba,
Tão sofrida,
Vivendo a arte sem saída.

Mais e mais, tinha eu a sina,
De chegar ao cimo da montanha,
Com as teias de uma aranha,
Onde nenhum perigoso estorvo,
Poderia obstruir o contraste da minha passagem.

Seguia o bravo fulgor,
Que no seu mar existia,
Tornando-me um ser pujante,
Diante da esperança desta flor.

Conheci a afabilidade da sua alma,
Conheci a sua mente inteligente,
Chorando perdida o que sente.

Conheci o estado do seu peito melífluo,
Incerto, ainda ferido por uma adaga,
Que furou o ardor do seu coração suturado,
Tremendo em um recente passado.

Conheci palavra por palavra,
E acima de tudo o frio amor,
Que sem causa vivia dentro desta flor.

Rimei versos em busca de uma égide,
Contra o envenenado outono vazio,
Eclipsando, em uma alcova vazia e fusca,
Um sentimento nascendo em meu peito,
No azedo do meu jeito,
Pouco alimentado.

Efuso sobre um barranco,
Vestida de branco,
Maravilhei-me com o que via,
E encantei-me com o que vivia.

As palavras faziam-me deliberado,
De que esta flor imaculada,
Seria algum anjo de cristo,
De um regimento vindo do empíreo,
Para salvar-me deste aéreo
Negrume que rondava a celebração
Da minha vida,
Selvática e dividida.

A cristalina grota em que me escondia,
Era um céu reluzente,
Com o poder e a formosura,
De uma fruta madura,
Que esta flor exalava.

O acanhamento veio dos dois lados,
Foi à terra do grande embargo,
Fazendo meu mar parar,
Em certos momentos, pensar,
E por este caminho refletir,
Sobre a situação em que vivia.

O acanhamento congelado,
Alimentava as palavras sucintas,
E partes de certas atitudes,
Deveriam na aurora ser feitas,
Entre o sol, ficaram guardadas,
Em um ergástulo trancado,
A sete chaves.

Tudo andava para o sublime,
Tudo corria para o paraíso,
Os dignos dias que passavam,
Faziam-me vibrar perto do cume,
Queimar-me entre o lume,
Deste sentimento, chamado amor.

Os raios do primórdio,
De todo o meu contentamento,
Fazia-me tão ledo,
Apagando o medo,
Deixava-me tão casto,
Com estrelas frementes,
Mais ainda quando
O cristalino dos nossos olhos,
Olharam-se,
O ar divino dos nossos braços,
Abraçaram-se,
E a coroa dos nossos lábios,
Beijaram-se.

Duas vidas rutilantes,
Encontraram-se no momento
Em que o acanhamento,
Havia se dispersado,
E assim enterrado,
A sete palmos da terra escura.

O diamante da minha escuridão,
Fez-se luz,
O ouro jogado na lama,
Por um anjo dos deuses, foi salvo,
Fazendo da minha vida,
O seu principal alvo.

Na ordem da despedida,
Batia a razão de uma tristeza,
Residindo dentro da natureza,
E a honra parecia ficar,
Incompleta.

O vento trazia a saudade,
Que feria a alma.

Eu vivia um valoroso guerreiro,
Enamorado por ela,
E por mim a minha donzela.

Meus olhos luzentes,
Era o escopo da minha flor,
Meu singelo coração,
Batia forte por este amor.


II


De viagens ao passado, espantei-me,
Entre os perigos da vida, abri os olhos,
Minha mãe batia na porta,
Com uma ventania morta.

Percebi que o vento soprava,
Para o lado errado,
Na sentença quando me levantei,
Algo infenso apertava o meu peito.

Parecia que existia as vitórias
De um pungimento,
Calculada a um padecimento,
De um espírito não cicatrizado,
E mal sincronizado.

A mocidade de um paraíso,
Foi-se embora, e Efuso,
Sobrou o ardume do inferno,
Com a frialdade do inverno,
Nesta vasta solidão.

Nas lágrimas do meu jardim,
O sepulcro da rosa,
Que havia murchado,
E o meu coração machucado,
Chorava em prantos.

O viço da vivência de uma história,
Linda, de um esplendor quase perfeito,
Que acabou na certeza da minha memória,
No abrir dos meus olhos.

A tristeza de um tormento,
Dominava o desprezo do meu peito,
Fez-me órfão em pensamento,
Esquecendo meu doce e macio leito.

Só assim, cheguei a perceber, e ver,
O campo do meu sonho,
Fritando o meu contentamento,
Transformando-o em descontentamento,
Da sagrada dor.

Parei,
Pensei,
Refleti,
E cheguei a uma conclusão,
De que não quero mais sonhar,
Com um novo mar,
E sim me apaixonar,
Com um novo, antigo, olhar.

(Carlos Matos)

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Que uma festa seja feita no céu com a sua presença Eloá Pimentel!!!!!!!!

Vá com Deus!!!!!!!!

Carlos Matos

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Vida com mais vida

Comida para os mares da fome
Justiça no seio da mulher injustiçada
Teto para o aroma sem teto
Coragem para um beijo covarde
Sinceridade para o fogo da falsidade
Sabedoria para o errante ser
Que alimenta a idéia em sombra fresca
De que uma arma resolve tudo.

Felicidade para a palmeira erguida da depressão
Atitude na voz das palavras
Dinheiro para quem edifica o pensamento
Da frívola idéia de que o dinheiro é felicidade.

Casamento para a sombra do rancor
Paz, para o versos da guerra
Sorte para o sono do azar
Deus para os dias sem fé da sua fé
Fogo para uma certa geleira em seu coração
E água para a futura sede.

Carlos Matos

domingo, 19 de outubro de 2008

O silêncio da vivência profunda

Coluna de fumaça no bêbado horizonte
Com odor perfumado... Imundo
Da catastrófica flor em cima do monte
No silvestre silêncio profundo.

Aprenda a embalsamar o seu falar
Jogue-se nos ares da areia
Esfrie aquele gosto amargo d’alma
Em flor alheia.

Toca uma infinita canção submarina
Promessa é folha branca nunca prometida
Da água, a amplidão da urina
De uma soma, multiplicada e dividida.

Carlos Matos

sábado, 18 de outubro de 2008

Depois de tanto tempo

Tudo no verso d’alma, cresce e desaparece
Como seu rosto que não o vejo há tanto tempo
Que por milagre ou consideração, reaparece.

Se és louco por loucura retardada
Chore agora, ou desista de sonhar
Porque a primavera vai embora, com a luz apagada
Levando seu sorriso, do riso afogar.

Se tudo na vida é solidão e solidão
Seu perfume é o que vai me alimentar
E se seu passo segue os caminhos do coração
Venha aqui e vamos sonhar.

Carlos Matos

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Não fure a temida e impura fila

No poder calamitoso da lista dos procurados
Encontro-me no silêncio, tão singelamente
Na lista nanica dos desesperados.

Tento robustamente
Onde a minha alma se encontra na areia
Chegar acima de mim
Onde quero
Almejando ocultar
Os segundos alheios
Que me restam nesta terra
Para desprezar a resposta
Do regado futuro.

Não fure
Não corte
Não penetre
A frialdade da temida fila
Não derrame na boca
O sereno café
Não lamente a fama imunda
Dos seus desacertos
Pois, há uma esquecida glória
Em um rastro maduro de sangue
Feito no troféu coagulado dos seus versos.

Carlos Matos

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Uma carta para o meu grande amor.

Este video fora feito para a minha princesa!

Perfeição

É engraçado como há pessoas destruindo tudo o que vê pela frente, em busca apenas, de perfeição! Tem gente que vê beleza em um Brad Pitt, ou em uma Angelina Jolie, mas não consegue ver a sua própia beleza. Como se beleza fosse apenas ter um rosto bonito. Tem gente que faz da perfeição, uma síndrome depressiva, parecendo que apenas tem seus olhos para ver a beleza exterior. Há o medo de errar, há medo da desaprovação, há o pensamento negativo, há a percepção das qualidades alheias, juntamente com seus defeitos. Acredito eu, que perfeição não existe. O único ser perfeito que existe, é Deus, e só ele pode afirmar o que é perfeito ou não!

Carlos Matos

Auto-criticar

É tão simples criticar os outros, mas se auto-criticar é complicado. Queria uma luz de esperança para ainda ter razões para viver neste mundinho feito de egoísmo, feito de grande falta de compaixão para quem está ao seu lado. Vejo tanta gente dizendo ser amiga, mas, na verdade não sabe ser amigo, pois, amigo de verdade é aquele que está sempre ao lado, e não aquele que faz do orkut, uma maneira de dizer que é amigo.

Carlos Matos

domingo, 5 de outubro de 2008

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Tenha uma ótima vida, longe de mim.

Será que todo amor que guardo aqui dentro, pode salvar algo que você não sente mais?
Toda aquela inocência desfez-se quando você foi embora, deixando apenas este amor, que não sei conviver com ele ao meu lado, sufocando-me, prendendo-me, aonde quer que eu tenha tentado ir. Eu tentei abrir seus olhos, mas você não quis me ouvir, e agora, quem sofre sou eu. Por quê? Não há explicação!
Machuca muito, mas um dia vai passar, e pode até ser que nada volte como era antes, porém tenha a convicção, de que estarei de queixo erguido, pois sei que fiz a minha parte. Não se deixe de lado, quando você lembrar que eu participei do seu mundo, quando quem estiver sofrendo, será você, e aí, sentirá na pele, o inferno que é sofrer por alguém. No momento, estou viajando em lares de loucas lembranças, viajando através dos meus dias, viajando através de qualquer sonho que tentei arquitetar, quando estive ao seu lado, tentando achar o caminho certo da felicidade, de ser o que sempre fui, congelando cada sentimento que você deixou, e apagando o fogo que vive dentro do meu peito. Eu disse e você não quis me ouvir.
Algo tem que mudar, tenho que fazer uma reciclagem dentro de mim, me reconstruir, colar cada pedaço meu que ficou no chão, pois já estou ciente de que tudo já foi, para algum lugar no passado, para algum verso mal-traçado e se tenho algum amigo, vou agarrar-me nele, para que sofra junto comigo, para que ajude-me a reviver o presente.
Hoje tenha a certeza que é depressão, mas, amanhã será felicidade, será harmonia, paz, pois se ontem eu não sabia o que fazer, hoje já sei por onde seguir, mesmo que eu ainda lembre de você, mesmo que eu ainda o procure, em cada timbre que ouvir por aí. Saiba que é verdade, que o que era tão lindo em você, morreu no meu peito junto com você.

O que isso significa para a sua pessoa?
Nada!
Para a minha?
Muito!
Pois quem mais perdeu
Não foram nós dois,
Foi Você
E mais cedo ou mais tarde
Saberás do que estou falando!

P.S:Tenha uma ótima vida longe de mim!


(Inspirado na música "The Blues" do Guns n' Roses e em alguém especial na minha vida.)
Carlos Matos

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Apenas nós dois

O brilho radiante dos teus olhos
São alianças de uma linda princesa
Recordo aquela noite que não se esvaziou em minha mente
Sonhando em vôos em cima da mesa
Sentindo talvez um ardor que seu coração não sente.

Em dias desses estarei deitado na areia
Em praias do meu coração
Sonhando com um paraíso preso na teia
Vestido de preto na parada de ônibus desta paixão.

Sentado defronte ao teu olhar
Imaginei estar deitado no teu colo
Com suas mãos aos meus cabelos acariciar.

A noite ficara fria depois
Quando caminhávamos em direção ao horizonte
Apenas nós dois.

Carlos Matos

domingo, 28 de setembro de 2008

sábado, 27 de setembro de 2008

Mais um... Mais uma.

Mais uma breve voz se cala
Voz senda que sempre lutava por justiça
E agora... No fundo dos olhos espantados, tudo está perdido
Na fugitiva sombra... Do fogo na tenda... Da mala
No fundo terroso, duro do baú
Escondido no rosto furioso e vingativo do guarda-roupa.

Mais alguns séculos... Mais alguns olhos se fecharam
Que viram o espanto do passado, que não queriam ver
Chorando feridas quando deveriam esquecer
Mas o assovio da nanica lágrima... Escondeu
A dor de um coração carregado de tantas dores.

Mais um nome carregado de temor... Em seus seios se perdeu
Enterrado, repousado, em um grande cemitério
A sete palmos de um honroso sangue do céu
Nas portas resfriadas do império.

Carlos Matos

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Mensagem

"Cada decepção na vida, é um aprendizado para o que vem em seguida."


Carlos Matos

Tudo que faço é amar você

Mais um ninguém precito e menos um certo alguém


Não preciso de um mísero mar
Escrito com palavras egoístas
Preciso de vias na fronte da coragem
De atrevidas colheradas com demasiados sonhos
Enterrar a força sem selo desta perturbação
Destruir o dia atroz que não entendo
De uma breve xícara com a eterna confiança
Trabalhar para não viver à tarde de mais um ninguém
Encontrar o inclinado recurso para viver
E arriscar o propósito que não posso perder.

Carlos Matos

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

O vôo da melancolia deprimida


O destino real da vivência, não me faz rir
Beber a perfeição faz-me sofrer
São perfumes dolorosos que só fazem arder
A flor de um amor deprimido.

O poema silvestre do lado de lá
Embalsama ferrugens de um sol sincronizado
Enquanto ares do lado de cá
São apenas o avistar de um lume desafinado.

Despejo em latas uma alma deprimida
Quando ouço um vazio, adejar as palavras
Que no infinito não almejo ouvir
Em restos do alvo horizonte longínquo
Almejo sumir.

Ouço a amplidão de frases esfaqueando
Os lírios do mar que chamo contentamento
Invadindo seios do antigo pensamento
Fazendo da mulher, sua moradia em silencio.

Ouço o aroma calado
Calado, nos seus beijos devo ficar
Mas, mesmo assim, o fogo em seu sorriso está a dominar
Quando não há razões douradas...
Para a vida gostar.

A autêntica reticência da minha face
É prata errante escondida
Prostituta deprimida, dormindo entristecida
Na tarde sem força.

Tenho que nesta sombra contentar-me
Com o frescor que não tenho
E ver
O que não almejo ver.

Carlos Matos

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Convém ficar calado


Quero um pingo rescindido de segurança
Para não desbotar tudo
E descolorir todos que conquistei
Ainda carrego a esquiva esperança
E sei que algo infindo está por vir.

Hoje... Convém ficar calado
Porque o tapete da verdade
Parece ter um tom musical amargurado
Aonde comentários incultos vêm e vam
Muita das vezes gotejam em vão
Apenas para agredir torrentes
Do orvalho desprotegido do seu coração.

Carlos Matos

terça-feira, 16 de setembro de 2008

O amor do amar


Ele respira, por branquear
A atitude de respirar
Tombando na seda macia
Da infante arte na pintura
Do transbordado amor, da tumba do amar
Na sua vasta sede que é vazia
Dada no siderismo postado na bacia
Rumo às âncoras do horizonte
Das madeixas do oriente ocidental
Aspirando folhagens aromáticas da fonte
No submisso céu de metal.

Mas a forma, prisioneira desformada
Conduz os confusos versos
Em espirais, da tênue lente desfocada
Da mariposa em espírito inverso.

E meu amor célere, se encontra em Roma
Pois o sorriso ficara fora da foto
Seu rosto inclinado
Belo, em valsa formosa, apaixonado.

Carlos Matos

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Um anjo e um plebeu


Nos longínquos caminhos do horizonte, Collin avistara um pequeno foco de luz, uma pequena gota do lume eterno, algo que brilhava radiantemente ao longe, no que parecia ser o fim da sua estrada. Este lume alimentou a calçada da sua curiosidade, e assim, andou em direção a esta luz que para seus olhos, era a perfeição. Seus pés pareciam não conseguir parar de se mexer, de se locomover, como se a luz fervorosa, fosse um grande imã. Ao lado, não existia nada, apenas um deserto. O sol era frio, e uma fraca ventania esvoaçava seus longos cabelos.
Tudo parecia correr como em um filme sendo avançado, porém, quando Collin olhara para trás, avistara um mundo andando lentamente, como uma lesma. Os minutos passaram como um piscar de olhos, as horas passaram como um nanico vento que bate na janela, os anos passaram com a velocidade de um jato supersônico, e uma década passou com a velocidade da luz.
Finalmente seus passos desfizeram-se como uma música que para de tocar repentinamente, seus sapatos já haviam ficado em algum lugar da sua estrada, seus pés feridos choravam sangue em carne viva. Há muito ele não sabia o que era água, muito menos sabia o que era comer algo. Sua desnutrição era evidente até para um cego, seus olhos calejados lutavam para ainda ficar em pé, atentos a tudo.
Com um último pingo de força, Collin, levantara os olhos para tentar visualizar a imagem que tanto almejava. Seu brilho radiante parecia como o de um sol, em sua costa, um par de asas, como os de um anjo, seu coração brilhava uma luz vermelha, que Collin podia ver através de sua pele. Ela vestia um manto branco, que cobria seus pés, finos como os de uma donzela. Não agüentando se sustentar, o garoto, desabara sem vida.
O anjo, ao ver o sacrifício que seu plebeu enfrentara para apenas chegar onde ela estava, lacrimejara, sem parar. O corpo de Collin, sem vida, estava desfalecido e alvo feito algodão, mas, ao beijar as lágrimas de seu anjo, seu corpo parecera acordar de um pesadelo. Suas bochechas rosadas, rosadas voltaram a ficar, seu coração voltara a bater como um tambor, sua respiração retornara como um ventilador tentando matar o calor. Percebera que sua força retornara, que seu anjo o ajudava a se levantar. Atrás dela, avistara uma ponte adornada por rosas brancas. Esta ponte corria em direção ao firmamento azul celeste, assim, Collin, prosseguiu até chegar ao paraíso. Novamente olhou para trás, olhou para baixo, e destilou uma tímida gota de lágrima, fazendo com que o deserto transfigurasse em floresta.

Carlos Matos

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Algo falta


Sei que no seu baú, há demasiados problemas,
Seu quarto parece estranho,
Trancado na sua estante, é difícil entender,
Um sentimento difícil de vencer,
Que diz ser,
O que não é,
Só para completar a lacuna daquele momento,
Que nunca fora um contentamento.

Confiei em cada palavra,
Em cada vogal,
Que depois apenas me fizeram mal,
E não observaram meus olhos, como deviam.

Como um filme,
Como um CD arranhado,
Vimos-nos desse jeito,
Tentando evitar o que um peito,
Apaixonado,
Almejava para nós dois,
Mas, a cada segundo,
A dor aumentava,
Neste verso profundo.

Suas regras mudam de direção,
Cada vez que as procuro,
No muro,
Escuro,
Que aguardo no meu coração,
Olhando para sua vida,
Chegando a conclusão,
De que algo falta.

Carlos Matos

domingo, 7 de setembro de 2008

Há momentos


Há momentos que deixamos o vento nos levar, acreditando em versos tão pequenos, da importância de uma formiga, onde a vida parece algo sem valor, vivendo em um mundo sem sentido. Há momentos que nossos sorrisos são apenas para agradar, aquele velho contentamento vindo de alguém ao seu lado, que acredita positivamente que o sol todo dia iluminará a sua varanda. Há momentos que a frieza da noite parece ser o nosso refugio, para fugir de coisas estranhas acontecendo aqui e ali. Há momentos que necessitamos de um abraço aconchegante, para deixar nossos delírios longe das nossas vielas da vida. Há momentos que há de se sentir um sentimento autêntico dentro de si, sorrir para parede, ou, para o teto, quando aquele amor diz que te ama. Há momentos que viajamos em nossos pensamentos, lembranças, tentando recordar algo feliz que ficou em algum lugar, onde seus pés beijavam o chão com tamanha coragem. Há momentos que desejamos fugir daquele momento, desagradável, ou infeliz, em que as palavras vindas do coração, não são suficientes para salvar a nossa antiga canção. Há momentos que colhemos o fruto da nossa imaginação, fazendo do erro, acontecer. Nossas alegrias, às vezes, transformam-se em tristezas, porque há momentos que a lágrima necessita cair, necessita beijar o chão, para que amanhã, se possa reconstruir um novo sorriso. Há momentos que o coração se aquece de esperança, fazendo deste eloqüente amor, gritar de tanta felicidade. Há tantos momentos, escritos em cada vida, desenhados na porta de sua casa, mostrando a todos, o que és em cada amanhecer e cada anoitecer.

Ps: Eu te amo!

Carlos Matos!

sábado, 6 de setembro de 2008

Em seus segredos


Uma vela...
Trajada com uma roupa amarela,
Compõem no chão, os seus segredos,
Nos versos em todo peito,
Incinerando seus medos,
Da blasfema do feito,
Desfeito.

A cor amarela do sol,
É o infortúnio da chuva,
Linda como uma donzela,
Arrochada como uva,
Marcando o dinheiro sórdido,
Ensandecido e perdido,
Em seus segredos,
No mundo mal compreendido,
Agregado ao travesseiro,
Carregado de demasiados medos.

Uma pedra atravessa a estrada,
Consigo uma terra tão dura,
Uma uva madura,
Ajoelha-se diante do desespero,
Almejando não envelhecer,
Antes de nascer.

Carlos Matos

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Os olhos de um vingador


Fugindo por frestas, tudo terminará aqui
Hoje, à noite sem arco, chegará sem a força do fim
Covardemente, o ouro ficará assim
Quando apressadamente, a palha estará longe daqui.

Muito prazer, seja bem-vindo
A escravidão no meu quarto
Onde o ninguém é sempre um ninguém
E tudo parece ser um besouro em um canto farto.

Confiança... Escura... Não pode defender
O pingo rajado de armas sangrentas presas na gaiola
Com uma desatinada bacia verde, cheia de graviola
Dos fios dourados na ilha, tentando aprender.

O preço do valor desamparado, parece sem valor
Porém, quando a terra dolorosa se desfaz,
Tudo parece copular, ficando em paz
Mas mesmo assim sou um fugitivo vingador
Nos olhos de um vingador.

Carlos Matos

A VIDA É UMA AVENTURA

Queimado seja o fogo do meu almejo,
Que levanta o coração para o além que não vejo,
Fazendo de vontades, uma furiosa ventania,
Das mãos tremulas de uma mania,
Travando a terra tão dura,
Da certeza absoluta da amargura,
Fazendo do meu olhar, um bravo espanto,
Da sabedoria ferida do meu santo,
Assoviando pelos cantos.

Deixo vontades minhas pelo ar,
Sorrindo flores nervosas do seu coração,
Tendo a certeza de que um dia, sentirás o que é amar,
Com palavras temerosas de uma paixão.

Reinará em seu trono, um ponto de interrogação,
Onde o silêncio será desmedido em vossa nação,
Porque o hoje resfria o sangue,
E o amanhã aquece o mangue,
Pois, com os olhos fechados, tudo está escondido,
Em um medroso corpo mal compreendido,
Que almeja morrer no caminho certo,
Sem confundir a direção que o leva ao incerto,
Mas saiba que a vida é uma aventura,
E infelizmente, ela pouco dura.

Carlos Matos

14 de março

É mais um dia esperado
Sou mais um romântico questionado
Em cada passo há alguém pedindo socorro
E a verdade é luz que se apaga
Fechando as cortinas do forro.

Eu me vejo aqui, na 14 de março
Esperando seu mundo distante, encostar-se ao meu
Apenas sendo mais um
Quando havia de ser todo seu.

Pensamentos correm devagar
Vontades correm depressa
E minhas certezas são um grande mar.

Sei que minha vida são rosas
Mais gigantes que elas podem ser
Tentando conseguir o que tanto faz crescer
Com um amor em palavras suas.

Tento conquistar o mais desejado dos meus sonhos
Quando as portas estiverem abertas
Para que a minha vida glorifique desejos medonhos
De razões incertas.

A emoção bate na porta loucamente
Quando teus olhos consigo avistar
Preso nos lares da minha mente
Pulsando o verbo amar.

Carlos Matos

Tudo é apenas uma viagem na esperança

A naturalidade é nuvem destruída
Encontrei avenidas com demasiados lumes
Em meio a tanta escuridão
No odor do coração
Onde possíveis pensamentos viraram ruínas
Com a boca do orgulho e destruição.

O silêncio cruzado, chega a dominar
A tristeza de cor vermelha
Em cada olhar.

Existem sonhos vermelhos quebrados ao meio
Rodando... Rodando... Sem direção
Neste vento forte, veloz, frio e feio
Fazendo-me feliz apenas na imaginação.

Eis aqui nesta cidade, um coração forte, abandonado
Buscando o ideal de um dia ser lembrado.

És uma rosa no deserto
Morta... Em línguas cheias de ilusões
Por andar em um cravado caminho
Tortuoso... Ouro... Incerto
De pobrezas em grandes mansões.

Estás rumando para bandeiras da infelicidade
Com a sua última lágrima
Almejando um pingo de paz
Com as ruas cinza, distorcidas desta cidade
Que não sabe o que faz.

Tudo é apenas uma viagem na esperança
E estou largado a tanta matança.

Carlos Matos